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Foto do escritorMarianna Rabelo

Quais as tendências do setor cervejeiro?

Atualizado: 15 de ago.



Se você é alguém que pensa em montar uma cervejaria e investir em garrafas de vidro, você já está atrasado(a).

Na última sexta-feira, dia 09/06/22, eu ministrei a palestra “Noções básicas sobre os Processos de Produção de Cervejas” para o Terceiro Encontro Distrital da Agroindústria do Distrito Federal. Ao final da palestra, me perguntaram sobre diferenças entre envasar a cerveja em latas, garrafas PET ou garrafas de vidro: além da diferença entre custos (garrafas PET são as opções mais em conta atualmente), também há questões de oferta de vasilhames. Hoje em dia, dificilmente encontra-se garrafas de vidro disponíveis para venda ou com custo acessível. Dessa forma, naturalmente, é mais vantajoso já investir em um novo negócio considerando outras opções de vasilhames alternativas que apresentem menor custo e/ou maior oferta no mercado.

Adicionalmente, também é válido considerar as tecnologias para fabricação de cervejas que estão disponíveis para as cervejarias “artesanais”. Até pouco tempo atrás, a única forma de obter maior vida de prateleira na cerveja envasada em garrafas e/ou latas era através da pasteurização “em túnel” ou “por imersão”. Ambos os processos de pasteurização exigem grandes máquinas e vasilhames que suportem serem submetidos à altas temperaturas. Por causa disso, cerveja envasada em garrafas PET, por exemplo, não apresentava grande vida de prateleira, já que a PET não poderia ser submetida à altas temperaturas. Todavia, isso mudou com a vinda da “flash pasteurização”, processo que pode ser realizado na cerveja antes que ela seja envasada em qualquer tipo de vasilhame... seja a garrafa PET ou barris de inox.

Veja bem, tudo que acontece na indústria de cervejas é uma cadeia de efeitos colaterais: a flash pasteurização de cerveja envasada em garrafas PET permite que um maior raio de distribuição seja praticado pela Cervejaria. E, dessa forma, novos públicos de consumidores podem ser alcançados.

Com o avanço tecnológico do mercado, outra novidade são os auto-serviços de atendimento e aplicativos que excluem o intermediário. Como exemplo podemos citar as bicas de chope automatizadas, freezers inteligentes que debitam da conta do consumidor tudo o que foi retirado da prateleira através de monitoramento com câmeras e o aplicativo Zé delivery. Imagine só o potencial de crescimento de um negócio cervejeiro quando você soma um maior raio de distribuição aos serviços automatizados?!

Recentemente, as vendas de cervejas no Brasil atingiram o maior faturamento registrado nos últimos 8 anos. Houve um aumento de aproximadamente 11% das vendas no varejo apenas entre os anos de 2020 e 2021, totalizando um valor anual de R$184,5 bilhões e R$208,8 bilhões de reais respectivamente. Além disso, ainda em 2018, o Brasil se encontrou em segundo lugar no ranking mundial dos 10 países mais inovadores em cerveja artesanal. Se cruzarmos esses dados com os números de registros de produtos no MAPA, os quais apresentaram uma média de 20 produtos por cervejaria ainda em 2018 e 24 registros de produto por cervejaria em 2020, fica evidente o quanto o mercado de cervejas brasileiro tem-se expandido e inovado. Conforme último relatório do MAPA estima-se, ainda em um cenário pessimista, que entre os anos de 2020 e 2025 ocorra um aumento do número de cervejarias registradas de 1.383 para 3.433. Ou seja, possivelmente o mercado ainda vai se triplicar nos próximos 3 anos.

Para quem está de olho no setor cervejeiro e busca oportunidades de negócio, aqui vão algumas tendências que podemos esperar acontecer:

- Maior terceirização de produção de cervejas em um Modelo de Negócio tipo “cigano”, onde é possível ter uma marca de cervejas sem precisar investir em uma planta industrial própria;

- Logística B2C facilitada pela distribuição de cervejas através de aplicativos próprios ou prontos no mercado (Zé delivery, iFood, Facebook bussiness, dentre outros);

- Auto-serviço de bebidas;

- Garrafas PET em formatos próprios e exclusivos da marca cervejeira;

- Produção de cervejas high gravity para aumento de capacidade produtiva industrial sem precisar investir em mais tanques de fermentação (sai mais barato investir em tecnologias high gravity do que comprar tanques de fermentação para cenários de expansão);

- Flash Pasteurização de cervejas;

- Plantação de insumos (malte, lúpulos e adjuntos como, por exemplo, mandioca);

- Regionalização do negócio e sua produção (cervejarias que promovem a cultura local e utilizam insumos locais);

- Turismo cervejeiro (rotas de passeio e outros modelos de turismo);

- BrewPubs (negócios cervejeiros com maior viabilidade econômica já que apresenta um bar e/ou restaurante em anexo à fábrica de cervejas);

- Incentivos legais e financeiros por órgãos governamentais e privados.

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